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O que é eneagrama?

Originado do grego antigo, Ennea significa nove, e Grammos, pontos ou traços. O Eneagrama é um mapa que explica o comportamento humano. Com ele, podem-se compreender as estratégias inconscientes que acabam influenciando nas formas de pensar, sentir e agir, identificadas num padrão de comportamento.

Com esse mapa, percebem-se as armadilhas que, inconscientemente, a pessoa acaba preparando para si mesma e para as outras, também. Mesmo acreditando, em um primeiro momento, que se está fazendo um bem, principalmente para o outro.

E, além disso, compreendem-se os movimentos que podem ser feitos em busca de equilíbrio emocional, físico e mental, ou seja, o Eneagrama pode ser uma porta de entrada para o crescimento pessoal e para que se possa identificar e desenvolver o potencial humano.

Trata-se de um símbolo que explica leis universais, engloba tudo e todas as coisas que possam ser explicadas, traduzidas através de processos contínuos, sejam físicos, matemáticos, químicos, organizacionais, administrativos etc. Tudo que existe pode ser descrito no Eneagrama, que há séculos é utilizado como uma chave na compreensão do ser humano e de tudo que envolve a vida humana.

O Eneagrama ajuda as pessoas a desenvolverem habilidades; a conhecerem a si mesmas, seus hábitos e defesas. A perceberem suas motivações que aparecem nos comportamentos do dia a dia e a refletir sobre tudo isso, se apoderando da sua forma de ser e entendendo o que precisam mudar para sentirem-se mais estruturadas e, portanto, mais felizes.

 

Os símbolos do Eneagrama

 

Círculo

Em seu símbolo, o círculo significa a representação do todo, do indivisível, do universo. O Eneagrama das personalidades representa o ser humano, a ideia de que somos parte do todo. Todos os traços do Eneagrama estão presentes ao longo da vida, pois o círculo representa a totalidade do ser humano.

 

Triângulo

O triângulo representa a “Lei de três”. “A lei dos três princípios ou das três forças. Segundo esta lei, todo fenômeno, em qualquer escala e em qualquer mundo que ocorra, do plano molecular ao plano cósmico, é o resultado da combinação ou do encontro de três forças.

Nessa lei, se diz que todo fenômeno gerado no universo nasce de três forças, sendo duas opostas e uma neutra. Alguns exemplos: ação, reação e mediação; tese, antítese e síntese; prótons, elétrons e nêutrons. A Lei de Três sempre foi representada nas tradições religiosas, como, por exemplo, Pai, Filho e Espírito Santo, ou Brahma, Shiva e Vishnu.

Suponhamos, por exemplo, que uma pessoa queira trabalhar sobre si mesma para mudar certas características, e alcançar um grau mais elevado de ser. Seu desejo, sua iniciativa, serão forças ativas. A inércia de toda a sua vida psicológica habitual, que se opõe a essa iniciativa, será a força passiva ou negativa. Ou bem as duas forças se contrabalançarão ou bem uma vencerá completamente a outra, mas será desde então fraca demais para qualquer ação ulterior. Assim, as duas forças deverão, de algum modo, girar uma em torno da outra, uma absorvendo a outra, e não produzirão nenhuma espécie de resultado.

Observamos muito isso, trabalhando com as pessoas, ou elas estão em um processo ou estão no oposto, e o tempo todo brigando com elas mesmas, como se fosse uma luta interna, que parece quase sem saída.

E, tudo muda quando aparece a terceira força, por exemplo, sob a forma de uma nova compreensão da situação, por algum trabalho de autoconhecimento, onde, imediatamente, a pessoa percebe que ela poderia fazer algo diferente que lhe dará alguma vantagem e poderá transformar aquela situação repetitiva em algo novo.

 

Hexade

E a héxade simboliza a Lei de Sete ou a Lei das Oitavas. O número sete está associado à própria capacidade cerebral do ser humano em compreender e classificar os fenômenos.

“Para compreender a significação dessa lei, é preciso considerar que o universo consiste em vibrações.”

Essas vibrações se processam em todas as espécies de matéria, sejam quais forem seu aspecto e sua densidade, desde a mais sutil até a mais grosseira; elas provêm de fontes variadas e vão em todas as direções, entrecruzando-se, chocando-se, fortalecendo-se, enfraquecendo-se, detendo-se uma à outra, e assim por diante.”1

Depois de certo período de atividade enérgica, de emoção intensa ou de compreensão justa, intervém uma reação, o trabalho torna-se aborrecido e cansativo, momentos de fadiga e indiferença aparecem ao sentimento; em vez de pensar corretamente, começa-se a buscar concessões; suprimem-se ou afastam-se os problemas difíceis.

Mas a linha continua a se desenvolver, embora não seja mais na mesma direção que no começo. O trabalho torna-se mecânico, o sentimento, cada vez mais fraco, desce ao nível dos acontecimentos da vida ordinária. O pensamento torna-se dogmático, literal. Tudo se desenrola assim, durante certo tempo, depois há de novo uma reação, uma parada, um desvio.

O desenvolvimento da força pode ainda prosseguir, mas o trabalho que fora começado com ardor e entusiasmo tornou-se uma formalidade obrigatória e inútil; numerosos elementos estranhos entraram no sentimento: consideração, aborrecimento, irritação, hostilidade; o pensamento gira em círculos repetindo o que já sabia e nos perdemos cada vez mais.

Essa situação se repete em todas as esferas da atividade humana.

A lei de 7 explica muitos fenômenos, como por exemplo: “O primeiro é o desvio das forças como citamos agora; O segundo é o fato de que nada no mundo fica no mesmo lugar ou permanece o mesmo; tudo se move, tudo se desloca, muda, e, inevitavelmente, sobe ou desce, fortalece-se ou enfraquece, desenvolve-se ou degenera, isto é, move-se numa linha de oitava, quer ascendente, quer descendente. O terceiro ponto é que, no próprio desenvolvimento das oitavas ascendentes ou descendentes, produzem-se continuamente flutuações, ascensões e quedas. E nada pode se desenvolver permanecendo no mesmo nível. A subida ou a descida é a condição cósmica inevitável de qualquer ação.” 2     

      

“São exemplos dessa lei: as sete cores do arco-íris, os sete dias da semana e as sete notas musicais.” 3

 

Referências
  1. OUSPENSKY, P.D. “Fragmentos de um ensinamento desconhecido”, Ed. Pensamento. Cap. VII, p.147
  2. OUSPENSKY, P.D. “Fragmentos de um ensinamento desconhecido”, Ed. Pensamento. Cap. VII, p.15
  3. PALMER, Helen. O Eneagrama. p. 31; PALMER, Helen. A sabedoria do eneagrama. p. 31
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Marilena Borges

Graduada em Psicologia com especialização em Psicologia Clínica e Mestre em Filosofia. Sócia e diretora do ESEDES.

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