Atrás dos nossos principais papéis na vida, ou seja, atrás de um grande líder, de um grande mestre, de um profissional de sucesso, de um pai, de uma mãe, existe um eu. Esse eu é formado por uma personalidade, cujas imagens, ideias e percepções nós mesmos adquirimos durante toda nossa vida desde criança. Por exemplo, somos ativos, mais racionais, analíticos, determinados, pacientes, medrosos, incrédulos, voltados para resultados, enfim, as qualidades que nos damos, positivas ou negativas, são derivadas de uma percepção interna e de um aprendizado externo com a interferência do ambiente.
Somos seres com uma essência e desenvolvemos uma personalidade cheia de polaridades opostas à nossa essência humana. Essas polaridades fazem com que passamos a atuar como se fossemos os donos da razão. E ainda, o meio em que vivemos nos faz adotar papéis e personas que reforçam ainda mais essa personalidade.
No meio corporativo, pessoas buscam treinamentos, trabalhos de autoconhecimento que reforçam ainda mais esses papéis. Líderes buscam como desenvolver melhor as habilidades de liderança, aprendem estratégias de comunicação, persuasão e da melhor atuação para poderem ter excelentes resultados junto às suas equipes.
Profissionais aprendem a se remodelarem, controlarem suas reações e, com a ajuda da internet, descobrirem a melhor performance de um líder. Usam ferramentas, escolhem palavras que estão na “mídia” e ajudam pessoas de sucesso a fazer mais sucesso comprando os esquemas de sucesso alheio. Tudo isso é válido e tem seu valor, mas nada é mais importante para uma pessoa que queira desenvolver alguém do que se auto conhecer.
Principalmente para não projetar suas dificuldades, dúvidas e interpretações nos outros.
Desenvolver alguém, seja um colaborador, um filho, um par, enfim, qualquer pessoa que se diz preparada para treinar e ajudar pessoas com técnicas a serem líderes melhores, precisa primeiro se revelar e desvelar, virar-se do avesso, conhecer suas sombras e perceber quando os outros são espelhos para suas sombras. Obviamente, este caminho é mais difícil do que simplesmente usar técnicas de inflação de ego com as pessoas, dando-lhes a impressão de que mudar é simplesmente usar um condicionamento diferente do habitual.
O caminho do autoconhecimento é árduo, mas é o mais honesto, porque o nosso papel como desenvolvedor de pessoas é facilitar o processo do outro, como também, já diria meu mestre Jung: “Só podemos facilitar o processo de cura do outro, ativando o curador interno de cada um.”