Todos os dias a mulher tem seu momento, seja pela sua beleza, inteligência, simpatia, dotes culinários, enfim.
Especialmente, no dia internacional da mulher e no dia das mães, quando ganham um destaque especial, sempre encontramos um homem dizendo que ama as mulheres, mas que elas são difíceis e inclusive, vice-versa. Mas a queixa maior é sempre masculina.
O paradoxo deste conflito universal é que estamos falando de duas polaridades opostas: masculino-feminino. E isto sempre estará em primeiro lugar entre nossos problemas psicológicos.
Polaridade: o feminino
Para falar um pouco desta polaridade: o feminino, utilizarei o conceito da filosofia chinesa, que é o principio Yin que também tem representações opostas como receptivo e dócil, mas muitas vezes retraído e frio, úmido, escuro, concreto, mas também envolvente e continente. Doador de forma e gerador de vida.
Comparamos o princípio feminino com a natureza que tudo nos dá. Que concebe, constrói, faz crescer e amadurecer, proporcionando amparo e vida. E opostamente, também pode nos tirar, romper e destruir com as suas tempestades ou alterações climáticas.
E assim é o feminino, com as suas intemperanças, um misto de força e fragilidade, nas suas diversas formas e classificações, por isso, não podemos ter uma classificação única para este princípio. Pois ele em si, é antagônico.
Dualidade do feminino
A dualidade, no princípio, também aparece em diversos tipos de feminino. Como exemplos, existem mulheres mais maternais, com uma atenção maior para o coletivo, para as pessoas, com uma atitude protetora e acolhedora. Mas quando essa forma se torna inadaptada, percebemos um lado negativo neste funcionamento, permeado por possessividade, superproteção e intromissão.
O tipo oposto pode ser uma mulher mais orientada para suas questões pessoais e subjetivas. O que pode dificultar uma relação mais voltada ao outro e suas necessidades.
Existem mulheres guerreiras que também são orientadas ao coletivo, mas ao seu próprio desempenho no mundo. Muitas vezes acabam focando demais na própria carreira ou desenvolvimento individual tornando-a reservada e independente.
Algumas mulheres desenvolveram em demasia uma relação com o intangível. E por isso, não são tão conectadas a realidade concreta e as necessidades das pessoas, dos relacionamentos e das coisas. Por isso, podem ser fonte tanto de inspiração como de confusão.
Com alguns desses exemplos, eu gostaria de mostrar a diferenciação dos arquétipos femininos que são naturais e correspondem à cultura, a formação e a vivência de cada um, e que não existe apenas um canal de expressão e realização do feminino. Ou seja, uma mulher não pode ser só mulher se encontrar pelo menos um marido e tiver alguns filhos. Como também uma mulher voltada apenas às suas necessidades individuais pode sem perceber ser negligente com as exigências e necessidades da coletividade e da vida em família. E essa é nossa busca na vida: o equilíbrio.