Ao pensarmos na palavra entusiasmo, poderíamos falar muitas frases motivacionais como, por exemplo, entusiasmar-se é ter determinação em fazer dar certo aquilo que queremos ou planejamos.
Entusiasmada é uma pessoa que acredita em si, nos outros e inclusive em Deus.
Tudo isso é verdade e muito mais, contudo, sou uma pessoa que gosta de escrever de forma fundamentada e que tenha sentido para todas as pessoas. Porque palavras motivacionais nem sempre motivam quem não tem auto-motivação. Neste caso, se faz importante entender porque te falta motivação.
Voltando a falar de entusiasmo, eu diria que as pessoas se entusiasmam com coisas diferentes e isso tem uma explicação conforme o tipo de personalidade e os instintos de sobrevivência.
Nem sempre o que entusiasma uma pessoa irá entusiasmar outra. Somos diferentes e nossa interpretação de mundo também.
Entusiasmo tem a ver com a crença em algo melhor e que desejamos alcançar.
Nós, seres humanos temos instintos de sobrevivência, que aliás são três:
Instinto de autopreservação, que está relacionado a preservar a vida, através de cuidados conosco, com a alimentação, saúde e segurança física e financeira.
Instinto social, nascemos em uma família, precisamos do grupo, da sociedade, das equipes, para nos sentirmos pertencentes e protegidos.
Instinto um a um ou sexual, que tem a ver com a preservação da espécie e as conexões que fazemos com algumas pessoas para nos sentirmos importantes e seguros.
Desde que nascemos, em função das nossas histórias durante a primeira infância e em decorrência das nossas vivências pessoais, familiares e sociais, desenvolvemos mais um desses instintos e isso faz com que todo nosso projeto de vida seja baseado nisso.
E isso tem a ver com as nossas maiores crenças e os nossos principais comportamentos e o entusiasmo é um característica humana que está muito ligada as nossas principais necessidades.
Portanto, se em uma pessoa, o instinto de autopreservação foi o mais desenvolvido, todo o entusiasmo dessa pessoa é estimulado por conseguir recursos materiais, ou seja, ela entusiasma-se quando consegue cumprir suas metas que garantem uma sobrevivência satisfatória, mas quando isso não acontece a pessoa sente-se desestimulada.
Mas, se a pessoa tiver desenvolvido mais o instinto social, o entusiasmo não está presente só nas conquistas materiais, mas também nas relações com as pessoas, o ambiente, o clima e nas amizades que faz no trabalho. Por isso, o espírito de equipe prevalece neste subtipo.
Porém, existem pessoas que desenvolveram mais o instinto um a um, e o entusiasmo só existe quando essa pessoa consegue desenvolver conexões fortes e verdadeiras com as pessoas no trabalho. Significa então que não basta só conseguir os resultados e estar em uma equipe, é preciso estabelecer relações com pessoas que passem segurança e confiança.
Ou seja, a partir desse principio básico de sobrevivência, podemos entender as motivações diferentes das pessoas e não criticá-las por não se motivarem ou entusiasmarem pelas mesmas coisas que nós.
Sendo assim, os instintos de sobrevivência foram distorcidos durante a nossa infância, fizemos isso por conta dessas necessidades não atendidas e que fizeram com que um instinto fosse mais desenvolvido e outro se tornasse reprimido.
Isso quer dizer que os instintos deveriam ser usados conforme as nossas necessidades, por exemplo, existem situações que precisamos trabalhar e “dar duro” para garantir a preservação da vida, mas não devemos passar a vida inteira achando que só nos sentiremos motivados se ganharmos dinheiro. Pois a vida também significa ter amigos, trabalhar em equipe, ajudar o próximo.
As relações sociais também são importantes, de que adianta eu ganhar muito dinheiro, se não tenho amigos, nem grupos de convivência, mas também não posso acreditar que só as amizades me bastariam, porque eu preciso fazer as duas coisas, me cuidar e me relacionar. Entretanto, ninguém vive sozinho, às vezes precisamos de pessoas com quem podemos contar, que fazemos conexões importantes, mas devemos tomar cuidado para não colocar em risco nossa sobrevivência e nosso trabalho em equipe por conta apenas de uma ou outra pessoa a quem direcionamos toda nossa atenção.
Sendo assim, o ser humano só se sente realizado e estimulado se tiver consciência que a verdadeira motivação e o profundo entusiasmo têm a ver com o equilíbrio.
Nada é tão importante e tudo é muito importante.
